"Um sozinho brilhante"



Oi.
Você aí me vendo brincar, olá.

Sim, eu sou feito de ar.
Eu não ando, eu saltito.
E respondo antes de te ouvir perguntar.

Deve ser felicidade, e alguma vontade de falar.
A minha vida vive sozinha, aos montes, e mais ainda!...
Quando vou bagunçar.

De ninguém mesmo, me escondo e me mostro... Numa ciranda que se esconde-esconde, particular.
É como um jogo entre amigos. Os meus, sendo quem lê o que tenho para contar.

Sabe essa árvore visível aí? Fui eu que plantei.
O sol e a lua ajudam a crescer, e também a chuva me faz esperar...
A plantinha adolescer e maturar.
Engraçado tudo tão antes e imenso, muito maior que eu em pouco tempo...
Até a fruta nascer e cair, ou eu subindo apanhar...
Para eu, no horário apropriado, lanchar...

Assim, nos cafés da manhã, sempre cai uma bem doce, para me alimentar...
E eu ter forças para voltar a correr, sorrir e, mais tarde, em todo fim de tarde, me cansar...

Amo morar na natureza, amo olhar o céu e vê-lo mudar...
Amo dormir e amo mais de tudo possível, sonhar...

Ah, e adoro os amigos distantes, os pássaros piando, me despertando ao atravessarem seguindo seus livres caminhos, e eu, vivendo de crescer e admirar...

Sou poeta sem palavra falada, por entender a natureza tão sábia, que um dia, eu sei que tudo hoje sólido, vai brilhar...
Nem entendo o porque ainda não cintila se o mundo é tão lindo e grande...

E eu sou o que mereceu nariz e olhos chamejando... Sem nem ainda ser crescido para poder pagar.

Será que fui bom no passado e não consigo lembrar?
Igual eu não lembro de onde vim e para onde foi o feitiço me dado vida,
Sem precisar assinar...?

Eu estou aqui, andando pra lá e pra cá,
Todo feliz para sempre só por poder viver bem, e meu “muito obrigado”, tantar deixar claro, ou bem alto, proclamar...

Faço festa e finjo ter convidados, mas mesmo sozinho, parecendo meio abandonado, se há alguém lendo o que sinto, então é um mundo lotado...
De bem o desejar.

...

A cada noite que durmo, há uma música viva, me fazendo o ninar.
Não tenho colo nem cama, por absolutamente, deveras precisar.

O mundo é muito lindo para pensar em conforto, se o conforto está no toque, no sentir e no olhar.

Depois, ao final, vou para o chão de onde moro, e tenho um sonho bem simples:

Eu queria agradecer e dar o meu brilho aonde me foi palco de ter nascido, crescido e tantos dados sorrisos, avisando que fui embora sóóó depois de ter compreendido, que a vida é linda e dura o tempo certo para cada ser, que vivo está...

Aqui, escrevendo ou ouvindo, aí ou acolá, sentindo a importância de confiar no tempo como um cheio de bom juízo, e perfeito demais para errar.

Só desejo isso, as luzes da minha felicidade, antes de ir, pelo chão eterno, derramar...
Quem sabe todas as luzes de quem foi bom filho de Deus, tendo a Ele aceito e esclarecido sobre o tamanho do regozijo, se espalhem para mais itens do cenário da vida...

Da natureza tão linda... Com honra, parte de si,(como um legado) deixar.
E que eu, como feliz da ‘vinda’, deixe meu amor em formato de luzes, por outros espaços de carinho com a vida, existindo onde logo, no tempo certo, não mais vou estar.

(Olívia)

Postagens mais visitadas